Eu sou o que sou porque fiz exames
Ver O-B-R-I-G-A-T-O-R-I-A-M-E-N-T-E !!!!
Vale a pena visualizar até ao fim o longo vídeo da rtp2 de 26/11/2008.
Não percam! É SOBERBO.................
Aqui temos a opinião de três pessoas sobre o estado do nosso ensino. Trata-se de Nuno Crato, Veiga Simão e Filomena Mónica, entrevistados por Maria Elisa.
Eu não podia estar mais de acordo com a análise que eles fazem.
Veiga Simão diz que é o é, pela exigência por que passou na sua vida académica, porque fez exames.
Nuno Crato relembra que as pessoas trabalham por objectivos logo, se um aluno sabe que está automaticamente passado e não tem exames, não tem incentivos para estudar.
Nuno Crato diz que é de todo impossível em qualquer sítio do mundo, seja com que reforma for, que a média das notas em matemática suba 6 valores em 2 anos. As evoluções são sempre muito mais lentas. Este aparente sucesso não é credível.
Filomena Mónica diz que já não vale a pena ir à escola, pois os exames são tão fáceis, que os alunos não precisam aprender nada e basta auto-proporem-se a exame.
Mais não digo. Vejam!
Foi engraçado ver a Maria Elisa falar na nossa professora de francês Aliete Galhoz... Revi por momentos a Elisa de frondosos cabelos castanhos, numa carteira perto da minha, na sala da nossa turma B do Liceu Filipa. Nós de bata branca com um emblema verde em forma de losango, preso à bata por molas. Não mudar de cor nesse emblema, era sinal de que não chumbámos de ano. Era um ponto de honra conservar o mesmo emblema. Claro que para nós isso não foi problema.
E a professora de história, quase ninguém gostava dela porque era muito exigente e parca nas notas. Mas eu gostava do entusiasmo com que ela falava. Fez-me gostar de história. E a professora de matemática que de bata branca e ponteiro na mão, quase caía do estrado “Ai meninas que lá vou eu...” tal era o ardor que dava às suas exposições.
E também gostei de rever Veiga Simão. Lembrei-me de algures no início dos anos 70, antes do 25 de Abril, era ele ministro da educação e um grupo de alunos e professores da Faculdade de Ciências, marcou uma audiência e foi recebido por ele. Lembro-me de no grupo estarem os professores Guerreiro e Tiago de Oliveira. Nós, alunos do curso de Matemática, pretendíamos trocar a cadeira de Astronomia por uma cadeira de Equações Diferenciais, muito mais importante para o nosso curso. Olhar para as estrelas em aulas à meia-noite, não era a nossa prioridade, embora tivesse o seu interesse. O Tim-Tim que nos perdoasse...Tínhamos o apoio de vários professores e tinha chegado ao Departamento um professor de Coimbra, especialista em Equações Diferenciais.
Pois a audiência com o ministro Veiga Simão foi muito rápida e correu lindamente. Ele ouviu-nos e depois perguntou se tínhamos todos os meios humanos e logísticos para a mudança. Como nós dissemos que sim, que estava já tudo pensado e planeado, ele concordou logo com a mudança de cadeiras proposta por nós. Simples e eficaz.
Que bom seria se a relação entre ministério, professores e alunos fosse sempre assim tão cordata e cooperante.
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