Uma questão de nome
Afinal onde é que está o “ensino de excelência”? Numa universidade, ou num politécnico? Qual é mais exigente?
Ver isto, isto, isto, isto e isto,
Claro, que há universidades e universidades… assim como há politécnicos e politécnicos… mas temos sempre o estigma dos nomes, das catalogações, dos títulos. Por definição, uma universidade pode conceder o grau de doutor enquanto que um politécnico não pode!
Isto é assim para todos, independentemente da qualidade de cada um. Mas, como sempre, é errado medir todos pela mesma bitola e não atender às especificidades de cada um.
Por causa dum nome, dum título académico, pode-se até cometer grandes deslizes, "lapsos" perigosos …
Ser ou não ser engenheiro, eis a questão.
Convém salientar que até 1997, ao contrário das universidades, as escolas politécnicas só podiam atribuir diplomas (DESEs) que, embora legalmente equivalentes a licenciatura, não eram um grau académico. Compreende-se que um aluno que tira um curso de engenharia de cinco anos num politécnico, às vezes mais exigente que um curso de engenharia, também de cinco anos, mas numa universidade, não fique satisfeito por ter "apenas" o título de "engenheiro-técnico", socialmente menos valorizado que "engenheiro".
Acresce ainda o problema de estar ou não inscrito na Ordem. Nem todos os licenciados em engenharia, em economia, em medicina ou em arquitectura, estão inscritos na respectiva Ordem e não há nenhum mal nisso. De um ponto de vista legal, os licenciados em engenharia não inscritos na Ordem, não podem realizar certos actos de engenharia que são regulamentados, como a assinatura de projectos. Em engenharia civil esta necessidade é mais premente que nas outras. No entanto, podem exercer as competências adquiridas, numa empresa ou noutro local qualquer.
Como se sabe, nem todas as escolas têm um nível mínimo aceitável de exigência, por isso, nem todos os cursos de engenharia estão acreditados pela Ordem(*). Neste caso, para se inscrever na Ordem e ser profissionalmente engenheiro, um licenciado em engenharia terá de ser aprovado num exame.
Mas o problema essencial não é este.
O que precisa de resolução urgente, é a existência de cursos de engenharia que não estão acreditados, mas que estão reconhecidos pela tutela do Ensino Superior.
(*) Convém notar que os cursos de engenharia do ISEL estão acreditados pela Ordem dos Engenheiros, enquanto que na Universidade Independente, pelo menos o curso de Engenharia Civil não está acreditado pela Ordem.
Etiquetas: Ensino Superior
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