Mas afinal concorda ou não que o País precisa de reformas?
Perguntava ontem, muito agastada, a Sra. Fátima Campos Ferreira nos Prós e Contras, quando alguém timidamente contestava esta reforma que está a ser levada a cabo na educação.
Ou seja: a partir do que os seus convidados dizem, ela tendenciosamente extrai a conclusão de que contestar ESTA reforma é estar contra TODA e qualquer reforma. Não admite (e ela não está ali para dar a sua opinião) que se possa fazer OUTRA reforma e não esta que está a ser imposta contra tudo e contra todos.
Se encontrarem alguém faminto e subnutrido será preferível dar-lhe cicuta ou não fazer nada?
É esta a política que está a ser posta em prática em vários sectores. Acabar de vez com as coisas que têm defeitos, em vez de as modificar e melhorar.
Há médicos trabalhando pouco e a ganhar fortunas nos SAPs? Acabe-se com os SAPs, (em vez de moralizar esses vencimentos e rentabilizar esses médicos).
Alguns centros de Saúde estão muito mal apetrechados em termos de equipamento? Fechem-se esses centros (em vez de os apetrechar melhor).
Os alunos não conseguem ficar aprovados nos exames? Acabe-se com os exames (em vez de ensinar melhor os alunos).
Há maus professores que não se esforçam minimamente para cativar os alunos, ou para actualizar os seus conhecimentos? Arrasem-se todos os professores publicamente. Destrua-se a sua imagem (em vez de castigar apenas os maus, promover os bons e dar uma formação melhor aos que precisam).
A educação vai mal? Destrua-se a educação!
E há quem chame corajosos e determinados aos autores destas políticas, como se fosse boa a coragem de se atirar para um abismo.
Por este andar, qualquer dia pensam “O País vai mal? Incendei-se o País!” E se não concordarmos que se deve incendiar é porque achamos que nada está mal e a precisar de reforma.
Etiquetas: Ensino Superior
<< Home