Universidades politécnicas
Universidades politécnicas são a novidade proposta por Veiga Simão no estudo que fez, encomendado pela ministra do Ensino Superior. Embora defenda que os ensinos politécnico e universitário devem definir os seus papeis – que têm que ser distintos e seguir caminhos diferentes, os politécnicos não podem continuar a querer ser “universidades de segunda”, num futuro próximo poderá existir uma nova figura que “desafie o conservadorismo actual”: a universidade politécnica.
O ensino politécnico integrará universidades politécnicas, institutos superiores e escolas não integradas.
Uma universidade politécnica terá de dispor de, no mínimo, cinco unidades orgânicas diversificadas, correspondentes a áreas de conhecimento distintas, ministrar pelo menos oito cursos de primeiro ciclo, incluindo formações de natureza técnico-experimental, leccionar também cursos de segundo ciclo, e, em pelo menos metade das unidades orgânicas e cumprir os requisitos para dar o doutoramento.
Veiga Simão afirma que “num período de sete anos não há qualquer instituto politécnico que possa ser universidade politécnica”.
Este relatório vai estar em discussão até ao final de mês. Maria da Graça de Carvalho afirma que algumas das ideias aqui preconizadas podem ser utilizadas na aplicação do Processo de Bolonha ao sistema de ensino superior português, mas também podem servir para introduzir alterações nas futuras leis de base da Educação, Autonomia e Estatuto da Carreira Docente.
Este trabalho defende também uma maior ligação do ensino superior às empresas. Devem estabelecer parcerias e realizar cursos em conjunto, partilhando responsabilidades na sua concepção e concretização. Defende também a criação de uma “região de conhecimento”, um conceito muito mais lato do que os actuais parques científicos (como o Tagus Park). Tratar-se-iam de zonas de onde emergem plataformas que têm instituições de ensino superior, em convivência com empresas, havendo difusão de conhecimentos e onde os professores podem ir às empresas desenvolver projectos e estas podem pedir a colaboração das universidades ou dos politécnicos. Deve haver um “osmose” onde o Estado deve ter também um papel activo. Cita o exemplo de França onde foram investidos 750 milhões para a criação de 20 polos destes.
Etiquetas: Ensino Superior
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