Politécnico ou universidade?
Eu própria não sei e escrevo isto para tentar encontrar respostas. Gostaria muito de ouvir (ler) opiniões e clarificar os meus pensamentos.
Acho que ninguém tem dúvidas de que faz falta um ensino intermédio.
Muitos sabem que o fim dos ensinos médios que se deu a seguir ao 25 de Abril provocou uma carência de certos profissionais. E foi apenas uma questão de prestígio, de estatuto social, que levou a esse fecho. Para acabar com a distinção entre estudantes de 1ª e de 2ª. Todos tinham direito ao nível “mais elevado”. Mas acontece que não somos todos iguais, que não temos todos as mesmas aptidões, nem as mesmas ambições.
Tem sido útil um ensino superior que exige menor classificação aos alunos que aí pretendem ingressar e assim conseguem entrar no ensino superior público, apesar de não terem notas suficientes para acederem ao ensino universitário público.
Tem sido útil um ensino curto, que concede um grau superior em 3 anos e prepara pessoas para entrar no mundo do trabalho sem terem de completar cursos muito longos.
Tem sido útil um ensino mais virado para a prática, mais próximo das aplicações, menos teórico, com professores que estão em muitos casos, a exercer a sua profissão em empresas. Não estou a dizer que não faz falta um ensino mais teórico! Muito pelo contrário, estou a dizer que ambos fazem falta e se completam. O que não concordo é que se acabe com a diversidade e se misturem os dois tipos de ensino. Ambos têm o seu papel.
Muitos empregadores preferem empregar bacharelados e licenciados do politécnico a universitários. Porquê? Dos bacharelados, pode-se dizer que a razão reside no facto do vencimento ser mais baixo, mas quanto aos licenciados, não. A razão só pode ser o facto de ser mais fácil a adaptação ao mundo do trabalho para um licenciado do politécnico do que para um universitário.
Há uma rivalidade absurda entre estes 2 sistemas de ensino. Já não é só o politécnico a invejar o “prestígio” da universidade. Agora é o universitário a invejar a procura por parte dos alunos, do politécnico!!!
Quanto ao “prestígio”, espero que o resultado das próximas eleições venha repor uma certa auto-estima ao politécnico. Se as previsões das sondagens se confirmarem (PSL não terá de processar as empresas de sondagens!...) teremos um Primeiro Ministro que fez o seu percurso académico no ensino politécnico. Fez o seu bacharelato no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), que depois completou com uma licenciatura, como muitos alunos o fazem hoje.
Etiquetas: Ensino Superior
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