Porquê o sucesso do ensino na Finlândia?
Pode haver muitas razões, umas com mais peso que outras. Mas, do que nos é dado observar, já podemos tirar conclusões.
O Expresso publicou ontem, 18/03/06, um texto onde se pode ver o seguinte quadro:
É bem visível o peso dado na Finlândia ao ensino das ciências, em particular da matemática e da língua materna, comparativamente ao que se faz em Portugal. Só vem reforçar a opinião de muitos dos que têm a coragem de dizer “o rei vai nu”. Veja-se, por exemplo, o recente livro de Nuno Crato, “O ‘Eduquês’ em Discurso Directo” . Mascaradas de pseudo-progressistas técnicas pedagógicas, difunde-se a ideia de que é condenável um professor preocupar-se em “cumprir o programa”. Um professor que se preze tem de se limitar a incentivar o aluno a descobrir por si e construir conhecimento a partir do nada.
Nos últimos anos, tem-se difundido, aqui, em Portugal, a ideia de que a matemática é um bicho de sete cabeças e que é anti-pedagógico obrigar as criancinhas a decorar a tabuada. Nada de “coisas difíceis”! Nada de memorização nem mecanização! Até a minha sobrinha de 10 anos, que é bem esperta e tem brio nos seus resultados escolares, teve de ser ajudada em casa para memorizar certas regras elementares da aritmética. Assim não se vai longe.
Tenho assistido, mesmo aqui, na blogoesfera, a defesas violentas dum ensino ainda mais generalista e menos especializado. Mais virado para as chamadas Humanidades e menos para as Ciências. Numa dessas discussões, uma acérrima defensora do predomínio das Humanidades, declarou que considerava os cientistas uns “brutos - e brutas - com telemóvel”…
Gostaria de saber se estas pessoas quando tiverem uma doença grave vão consultar um poeta ou um médico especialista…
Está bem visível o efeito desta irresponsável fuga para o facilitismo.
Não estou a dizer que é culpa dos professores, que às vezes até gastam muito mais tempo e muito mais esforço para obedecer a estas novas modas pedagógicas. Mas é evidente que os resultados são negativos…
Outro aspecto é a formação dos professores: 5 a 6 anos na Finlândia, contra 4 em Portugal, com tendência para passar a 3.
Muito interessante este artigo de J.V. Costa sobre este assunto.
Etiquetas: Ensino
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