Provincianismo - conceitos
Tem havido grande polémica motivada, quanto a mim, por uma certa confusão entre as conotações atribuídas à palavra "provinciano".
Ver os comentários ao meu post anterior.
Hoje, que é domingo, resolvi dar-me tempo para dizer o que eu penso sobre o assunto.
O termo “provinciano” pode ser usado com dois sentidos distintos.
O termo “provincial” referido inicialmente aqui e depois citado aqui, não é comum na linguagem corrente, por isso não o usarei. Até porque provincial é simplesmente a palavra inglesa tradução de provinciano. Repare-se que em inglês, a palavra “provincial” também tem os dois sentidos: “one living in or coming from a province” ou “a person of local or restricted interests or outlook or a person lacking urban polish or refinement“.
Provinciano (que é de fora de Lisboa) = “one living in or coming from a province”
Provinciano (espírito tacanho) = “a person of local or restricted interests or outlook or a person lacking urban polish or refinement“.
Como se relacionam estes conceitos entre si e com o ser ou não contra as praxes?
Quanto a mim:
Posso fazer um desenho:
Mas se admitir que (*):
então, o desenho passa a ser:
Em qualquer dos casos, não tem qualquer razão para se sentir ofendido quem viver ou tiver origem fora da cidade de Lisboa e não defenda as praxes (ver (1), (2), (3), (4), (5) e (6)).
Há inúmeras palavras portuguesas com duplos sentidos e as pessoas normais costumam distingui-los.
Se eu chamasse (que não chamo) "burro" a um aluno, ele entendia que lhe estava a chamar "pouco inteligente" e não "mamífero da família dos equídeos, doméstico e mais pequeno do que o cavalo, geralmente de cor cinzenta, orelhas compridas, crina curta e um penacho de crinas na extremidade da cauda". E se, por acaso o aluno fosse tão complexado como algumas pessoas que existem por aí, imaginaria que eu estava a dizer que ele tinha um penacho na cauda...
Etiquetas: Praxes
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