Provincianismo e boas bibliotecas
Tem sido muito discutida na blogosfera a questão das praxes. Alguém que não concorda com estas práticas, disse que “a praxe não era seguramente um hábito oriundo de Lisboa … e que era um hábito provinciano”. Pelo contexto percebeu-se perfeitamente que a palavra “provinciano” aqui, simplesmente queria dizer “com origem fora de Lisboa”. Ou seja, o autor estava a responder àqueles que defendem as praxes lisboetas com o argumento de ser “uma tradição”. Ora, em Lisboa, realmente isso não é uma tradição. É um hábito importado doutras cidades do país. Pela minha experiência pessoal, que não nasci em Lisboa, quando frequentei a universidade em Lisboa, não havia praxes e ainda bem! Mesmo depois, já docente numa universidade pública em Lisboa, durante muitos anos não vi praxes nenhumas. Confirmo portanto que realmente em Lisboa as praxes são uma prática recente.
Pois caiu o Carmo e a Trindade. Muita gente se levantou indignada contra a palavra “provinciano”, considerando mesmo que o texto apenas se destinava a ofendê-los. Houve quem chegasse a falar na “oferta cultural” em Braga. Curioso é que a maioria nem refere se é a favor ou contra as praxes. Refugiam-se na pretensa ofensa sobre “provincianismo” para não se manifestarem quanto à bestialidade das praxes.
Pois eu tenho a dizer que sou contra este tipo de praxes que se vem praticando pelo país fora. Pode-se fazer recepções aos caloiros bem mais civilizadas.
E também tenho uma prova de que Braga tem mais oferta cultural que Lisboa.
Há uns meses precisei duma revista científica, em papel, pois na B-on só tenho acesso a ela, com um ano de atraso. A biblioteca de Física do IST tinha-a, até ao ano passado. Agora, com os cortes orçamentais, deixou de a assinar.
Fui procurar no site da FCT onde haveria essa revista em Portugal.
Pois sabem onde?
Apenas e exclusivamente na Universidade do Minho, em Braga.
Se querem comprovar aqui vai:
1) - Ir ao site da FCT
2) – Em baixo à esquerda, clicar em: Catálogo de Revistas
3) – em “Título” escrever “International journal of bifurcation and chaos”
4) – Clicar em “Pesquisar”, à direita.
5) – Seleccionar o título que lá aparece e clicar em “Consultar”.
6) – Clicar em “Bibliotecas”
7) - E a única que lá aparece é a BUM (Biblioteca da Universidade do Minho)
Portanto nesta questão, a UM está de parabéns: é a mais cosmopolita das universidades portuguesas!
Etiquetas: Praxes
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