A importância do rigor criativo
Raramente se reconhece a importância do pensamento científico, das ciências exactas e em particular, da matemática.
Eis um excelente texto dum economista , colocado no “Diário Económico”, de que tomei conhecimento via “A destreza das dúvidas” .
Tiago Mendes tem razão em muito do que diz. Por exemplo, “Na Matemática, como na Música e na Dança, como também na Economia, é necessário primeiro perceber as regras, ganhar disciplina, para depois, legitimamente, experimentar o improviso e dar largas à criatividade.”
É verdade que só depois de perceber as regras, um jogo se torna interessante. E em geral há preguiça para tentar perceber as regras. Sei de um colégio particular aqui em Lisboa, onde os alunos têm os melhores resultados a matemática do país. Quais as razões deste sucesso? Simplesmente trabalho organizado e contínuo. Os alunos são acompanhados nos trabalhos de matemática, de modo a perceberem o que estão a fazer. São ensinados a raciocinar, são estimulados a tentar descobrir por si, a solução. Usando certas regras tentar descobrir o caminho seguindo um percurso lógico até chegar à solução, é um desafio interessante e pode-se considerar um jogo divertido. Mas só consegue jogar quem tiver paciência de ir aprendendo as regras. E é preciso um acompanhamento constante dos professores para não deixar nenhum aluno para trás. É preciso não deixar dúvidas por esclarecer. E é preciso não aborrecer os alunos mais ágeis com repetições inúteis ou com memorizações sem perceber.
Outra questão é a da utilidade da matemática. A necessidade aguça o engenho. Se as pessoas soubessem “para que serve”, talvez achassem a matemática mais apelativa. Tem por isso também alguma razão, o comentário de Rui Fonseca.
Há muitas outras ciências onde a matemática é ainda mais essencial e basilar que na economia. As engenharias, por exemplo. Mas mesmo aqui se encontra por vezes alguma incompreensão quanto a essa importância.
Etiquetas: Matemática
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